Os vermes espalhados na pele
transpiram o espanto dos pregos que zumzeiam
O cigarro sembrol perfuma o peito
Os vinte dedos são livres para respirar
enquanto desobstruem a garganta
e batem palmas mortais
Meu sangue alcoólico ferve em lua crescente
Com squiques silvestres que abraçam
como o cerco verde, nuvem de sonhos
balançando entre os troncos de silêncio
Dentro de minha orelha, uma concha,
As ondas vêm em vão
pelos frios grãos que massageio com os pés
Motores giram borracha no portal da cidade
Ondulações transversais freiam a ultrapassagem
na alta velocidade dessa espuma que arrepia as costelas
Os vagões que trazem gente praticamente nunca param,
pois estão fugindo,
como crianças evitando molhar as canelas
O som é curto, pois dissipa-se como o aluno
que segue o curso, mas termina em dilúvio
Mantém-se de pé no ringue, soando gonzo
Omar, que mesmo aos trancos,
será nosso campeão.
Rodrigo Qohen. Itacaré, BA. 09-18