Pise suavemente na terra,
porque se não aprender a respeitá-la,
vai acumular detritos até acordar enterrado.
Pés que apressam como chumbo em direção
Um farol pisca giras e dá passeio à excursão
Pés de Basquiat ao pintar Moisés
Sandálias de Anchieta que vigia a Sé
Pés com ponto fraco n’Aqueles calcanhares frios
Chuta cu-de-ferro, alvo do papel que o colega atribuiu
Pede o dia abafado em beiço farto de cutículas
Pés ao fazer vinho, com unhas vermelhas, como joaninhas
Lábios inflamados de malícia
duas malaguetas que enchem o balão
Bico de palhaço pisa enxada e beija o cabo
Cupim com fome, cresce o lombo com pássaros
Enquanto segue…
os carimbos quadrados da perna-de-pau
Esculpi um túmulo aos pernetas,
pois o passo é mais lento
Aquele que caça o espírito de sua sombra
tenta recuperar a coceira que assoprou ao vento
RQ 21
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Sob o texto
Poema publicado na RevistaRia XVI, edição de poesia às penas e aconselhada pela Torre, arcano dessa vibração numérica (16/7), que ilumina desejos e contraria a artificialidade do Grande Ego. O raio descerá na coroa das cifras e destruirá os condomínios de lixo.
Não temamos a queda dos outros! Quem anseia a liberdade, dança sobre a imaterialidade eminente. Chove fogo, ficamos bêbados de luz e a antena magnética irradia. Enquanto os escombros não libertam os brotos, prepararemos a colheita. Enquanto caminhamos à caça da sombra e descalços à própria sorte, quem voa é psicopompo trazendo a distância donde acabou a tempestade.
Um abraço a quem resiste, um brinde a quem encara o leão no peito e abre as portas para confortar novas trilhas que serão traçadas. Abram as cortinas, o espetáculo continuar. Evoé!